“Do rio que tudo arrasta diz -se ser violento, mas ninguém
diz ser violento as margens que o comprimem.”
(Bertold Brechet)
Esta é uma verdade inexorável e reflete que a sociedade tem sido vítima dela mesma, o que é um fato muito lamentável. E isto tem inquietado a todos, pois sermos vítimas de nós mesmos é uma demonstração inequívoca de nossa incompetência para gerirmos pacificamente os nossos interesses que às vezes são divergentes.
As famílias, as instituições religiosas, os meios de comunicação, o judiciário o Ministério Público e principalmente as instituições de ensino estão angustiados, pois há uma grande perplexidade diante de tamanha violência que nos assola devido a falta de uma boa educação que ajude-nos a controlar o nosso ímpeto de violência e consolide valores de boa convivência.
diz ser violento as margens que o comprimem.”
(Bertold Brechet)
Esta é uma verdade inexorável e reflete que a sociedade tem sido vítima dela mesma, o que é um fato muito lamentável. E isto tem inquietado a todos, pois sermos vítimas de nós mesmos é uma demonstração inequívoca de nossa incompetência para gerirmos pacificamente os nossos interesses que às vezes são divergentes.
As famílias, as instituições religiosas, os meios de comunicação, o judiciário o Ministério Público e principalmente as instituições de ensino estão angustiados, pois há uma grande perplexidade diante de tamanha violência que nos assola devido a falta de uma boa educação que ajude-nos a controlar o nosso ímpeto de violência e consolide valores de boa convivência.
Parece que ninguém tem solução para esta patologia social que é a violência e agora atingiu em cheio a escola, com uma volúpia sem precedentes e semelhante a uma tsunami que causa destruição e estragos irreparáveis; onde entendíamos ser um dos ambientes mais sagrados da sociedade depois da família, a escola, já não é mais seguro para os nossos filhos.
Nos países de “primeiro mundo” este nível de violência nas escolas já é algo recorrente a mais de uma década, pois a violência nas escolas parece ser algo irreversível, nos Estados Unidos em uma década já aconteceu 32 chacinas. Isto não nos ensina nada?
Lamentavelmente chegou ao Brasil esta realidade e isto devido à planetarização do mundo criada através dos meios de comunicação e às novas tecnologias que possibilitam um acesso rápido a tudo que acontece em qualquer parte do mundo, ou seja, em tempo real. E neste caso a violência que é praticada, é assimilada e copiada.
A violência aparentemente é uma patologia social sem solução pois faz parte da nossa cultura, no entanto, podemos pensar e agir diferente, se foi criada por nós é possível desconstrui-la ou pelo menos minimizar a sua dimensão tomando algumas atitudes práticas que podem parecer simples porém teremos resultados imediatos:
1º Ensinar aos nossos filhos, aos mais jovens serem mais tolerantes aceitando o diferente, ou seja, ninguém precisa pedir licença para existir.
2º Entender que o nosso direito termina onde começa o do outro, pois todos são iguais perante a lei.
3º Criarmos condições reais para que as minorias sejam respeitadas e valorizadas dando-lhes condições de acesso a uma vida digna.
4º Criar leis mais justas e fazer cumprir as existentes, pois elas representam um consenso da sociedade.
5º Combatermos fortemente todo tipo de preconceito que está arraigado em nossa cultura contra as mulheres, os homoafetivos, os afro-descendentes e contra algumas religiões.
6º Estabelecermos uma agenda proativa onde o bem tenha mais notoriedade do que o mal, ou seja, superarmos a visão de querer propalar as coisas desagradáveis que afetam profundamente a nossa sociedade.
7º Assimilar e propagar que a beleza esta na diversidade porque o ser diferente não é fraqueza, mas sim a força existente na sociedade.
8º Acolher as vítimas da violência com respeitabilidade dando-lhes total apoio afetivo e psicológico e não culpabilizá-las como se fosse um erro ser diferente e por isso podem sofrer agressões.
9º Abrirmos a nossa boca em favor do “mudo”, dos deficientes, dos mais vulneráveis da sociedade: crianças, adolescentes e os idosos.
10º Criarmos condições ideais para que todos consigam superar os seus limites e enfrentar os desafios que ora estão postos e assim alcançarem a excelência do ser e não somente o ter.
11º Melhorarmos a distribuição das riquezas produzidas em nosso País para que ninguém sinta falta de um trabalho digno e tenha uma boa expectativa de vida para o presente e o futuro.
12º Investirmos tempo em nossas relações iterpessoais a fim de entendermos que o outro tem necessidades emocionais que precisam ser supridas.
13º Superarmos a visão maniqueísta da vida de bem e mal onde eu sempre sou o “bem” e o outro é o “mal”, pois ninguém tem autoridade para dizer que o outro só tem o “mal” e eu somente o “bem”.
14º “Devemos amar as pessoas como se não houvesse o amanhã, pois na verdade o amanhã não há”.
15º Superarmos o ensimesmamento, o individualismo e o egocentrismo dando voz aos que não tem, porque “a paz sem voz é medo”.
16º Fazermos escolas de educação máxima e não apenas preocupados em construirmos presídios de segurança máxima.
17º Investirmos fortemente em nossos professores para que os mesmos tenham qualificação suficiente a fim de enfrentarem os novos desafios educacionais da sociedade.
18º Criarmos projetos inovadores que estimulem a afetividade e a amizade no âmbito escolar e assim desenvolvermos as potencialidades e talentos de nossos alunos.
19º Melhorar os nossos projetos pedagógicos de maneira que eles estejam mais interligados com as necessidades e o cotidiano dos alunos.
20º Fazer a escola ser um lugar aprazível e não um ambiente de tortura para os “menos capazes”, ou seja, superarmos o “Darwinismo Educacional” – Seleção Natural das Espécies e assim nossas escolas serem inclusivas em todos os níveis e modalidades.
A escola não é mais apenas o local de aprender e ter conhecimento, porque a maioria do que aprendemos durante a nossa vida educacional é esquecido. Hoje a escola/educação precisa trabalhar três tipos de habilidades: a afetividade, cognição e a interação.
Encerro este artigo utilizando a percepção de Gandhi sobre qual modelo de sociedade devemos construir para vivermos pacificamente: “precisamos construir um mundo diferente que atenda as necessidades de todos e não a ganância de todos.”
(Eloiso Matos, diretor – Colégio Objetivo de Trindade; diretor – UEG/Trindade; conselheiro estadual de Educação; membro – Academia Trindadense de Letras; ex-conselheiro tutelar da Criança e Adolescente de Anápolis; ex-bombeiro militar; ex-coordenador geral da Unifimes/Anápolis; ex-membro do Conselho do Fundeb; ex-apresentador de programa de rádio e TV; professor universitário; ex-presidente – Sindicato dos Docentes da UEG; ex-vice-presidente – diretores/ UEG)
Fonte; http://www.dm.com.br/texto/143650-a-violancia-da-sociedade-no-brasil-alcanaou-fortemente-um-dos-ambientes-mais-sagrados-a-escola
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